Livres do Pecado

“Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado.” Romanos 6.6-7

 

Para compreender o valor de ser livre do pecado, é preciso primeiramente entender a situação na qual nos encontrávamos. O apóstolo Paulo utiliza a palavra escravo para definir nossa condição em relação ao pecado. Um termo forte que provoca bastante incômodo, mas que traduz a força do pecado em nós.

John Stott afirmou que “mais do que uma atitude ou hábito visível, o pecado revela uma profunda e arraigada corrupção em nosso interior”. Ou seja, o pecado não se constitui em deslizes cometidos durante o percurso, mas em algo presente em nossa essência.  

Nos Cinco Pontos do Calvinismo, a depravação total é o primeiro da lista e envolve exatamente essa noção de que o pecado atingiu a essência do ser e, assim, não há parte alguma em mim que não tenha sido contaminada pelo pecado. Nesse entendimento, gosto da expressão “corrupção radical”, criada pelo autor R. C. Sproul, a qual compreende que “o pecado é radical no sentido em que toca a raiz (radix) de nossas vidas”.

Diante da natureza pecaminosa do homem, somos verdadeiramente escravos. Cativos e sem qualquer possibilidade humana de salvação. Para reverter esse quadro, só a ação de um Salvador que nos liberte do domínio do pecado.

Então, vejo-me diante do capítulo 6 de Romanos. Ali encontro o que recebi de Cristo: a liberdade do pecado. Não sou mais escravo do pecado, mas – por meio da morte do meu Salvador – meu pecado é justificado, não vivendo mais sob a tirania do mal.

Estou certo de que, enquanto aqui viver, estamos em constante luta entre a carne e o espírito, como o próprio apóstolo Paulo menciona no capítulo seguinte de Romanos (Rm 7) e na carta aos Gálatas (Gl 5.17). Contudo a vitória de Jesus sobre o pecado foi definitiva: “ele morreu para o pecado uma vez por todas” (Rm 6.10). Por isso, posso celebrar minha liberdade do pecado.