Lembrando-se do Cordão

“É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se! E se dois dormirem juntos, vão manter-se aquecidos. Como, porém, manter-se aquecido sozinho? Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade.” Eclesiastes 4.9-12

 

Quando estávamos planejando nosso casamento, decidi escrever uma música para cantar na cerimônia, eu e meu amado noivo. Esse texto de Eclesiastes foi o que inspirou a canção. Isso já foi há 13 anos, mas – naquela época – certamente nós não tínhamos total compreensão do que significava realmente o “cordão de três dobras”. Nosso desejo de fazer as coisas darem certo era imenso, e ainda é, mas é somente com o tempo que conseguimos perceber essa verdade que precisa ser tão viva no casamento.

Certo dia, minha mãe abriu uma antiga pasta na qual ela e meu pai guardavam documentos e algumas recordações. De lá, saíram fotografias antigas, cartinhas de amor que eles trocaram, bilhetinhos que eu e meus irmãos fazíamos quando começamos a ser alfabetizados e muitas outras coisas de valor inestimável. Mas ela queria chamar minha atenção para um pequeno envelope envelhecido guardado com muito carinho em um dos compartimentos da pasta. “Esse foi o convite do nosso casamento, filha”. Peguei o envelope e vi que estava endereçado a Jesus Cristo. Ela me explicou que uma senhora, à época do seu casamento, dera-lhe o conselho de fazer um convite para que Jesus estivesse sempre presente em sua união. Achei um gesto muito bonito, e minha mãe me incentivou a fazê-lo também com nosso próprio convite de casamento. Isso foi um singelo símbolo para demonstrar, especialmente para nós mesmos, que o Senhor realmente precisava estar conosco na vida conjugal para que tudo caminhasse bem.

O cordão de três dobras só pode ser formado se o Senhor se entrelaçar conosco e fizer parte de tudo em nosso casamento. É interessante que o autor de Eclesiastes inicia o texto falando sobre a relação de duas pessoas e, somente ao final, cita o cordão formado por três dobras. Em nossa vida como um todo, muitas vezes não vemos com olhos naturais ou mesmo sentimos a presença de Jesus, mas isso não quer dizer que Ele não esteja lá nos amparando, consolando e guiando em tudo o que fazemos. Na verdade, Ele deve ser o centro do casamento, da vida em família e de todas as relações das quais fazemos parte. No tempo oportuno, espero poder abrir nossa pasta de recordações, mostrar nosso convite envelhecido às nossas filhas e aconselhá-las a convidar o Senhor Jesus para fazer parte de seus casamentos!